A quarentena tem transformado a vida de muitas pessoas, da mesma forma que as diversas mudanças sociais, econômicas e estruturais, causadas pela pandemia provocada pelo coronavírus. Todas essas transformações individuais e coletivas trouxeram para o centro de nossas preocupações o desejo por aquilo que antes nos era mais fácil, como estar perto dos entes queridos, abraçar os amigos, viajar, ou até mesmo a liberdade de estar em qualquer lugar, quando se desejar. Mas, o que aprendemos com essa fase tão difícil?

Construção de conhecimento

Apesar de toda situação de crise ser difícil, é nela em que o ser humano se revela. Em meio a esse cenário de instabilidade, mortes e medo, sabemos que o que fica é o aprendizado de que se deve sempre continuar, de onde estiver, não importa a situação. É certo que tudo isto será passado e fará parte de uma história vivida pelas nossas gerações. Então, que possamos transformar os tempos difíceis em aprendizado sobre a vida e nós mesmos.

Com certeza um dos maiores aprendizados trazidos pelo isolamento social foi a necessidade de sermos gentis uns com os outros, ter compaixão e consciência de que o cuidado consigo se reflete no cuidado com os nossos próximos, as pessoas que mais amamos, nossos entes queridos. Também podemos olhar para a passagem do tempo refletindo sobre o que é essencial para vivermos, e utilizar esse tempo para a construção de conhecimento e investimento no crescimento pessoal.

Reflexão sobre o futuro pós pandemia

Giorgio Agamben, filósofo italiano, autor de obras que percorrem temas que vão da estética à política, pronunciou-se no dia 17 de março sobre o assunto. Para ele, o pânico revelou que a sociedade não acredita em nada além de "vidas nuas" e que os italianos estão dispostos a sacrificar tudo para evitar ficarem doentes.

Conforme artigo da Folha de São Paulo, Agaben também levantou a reflexão sobre como seriam as relações humanas em um cenário em que se tornasse comum vivermos com a ideia de que os outros seres humanos fossem apenas prováveis contaminadores. Ele indaga: o que é uma sociedade cujo único valor é a sobrevivência? E acrescentou: os homens, acostumados a viver em permanente crise, não percebem que a vida foi reduzida à condição biológica, perdendo suas dimensões social, política e emocional. Uma sociedade em permanente estado de emergência, não pode ser livre.

A preocupação de todos não está relacionada apenas ao momento de pandemia. Há também a reflexão sobre o cenário pós-pandemia. Mas, como ficaremos após todo esse período de stress e incertezas. Sem dúvidas, cada um de nós luta sua constante batalha íntima e diária e o que nos resta sempre é a certeza de que superamos, aprendemos e crescemos, bem mais do que imaginávamos.

Quarentena: focar as energias em hábitos positivos

Mesmo com toda a ansiedade pelo futuro, aprendemos que sabendo que ele é incerto devemos ter todos os cuidados, mas também não devemos viver em função do mesmo. Nesse período, é importante cuidar da mente e do corpo. Práticas como leitura, estudos online, meditação, exercícios físicos, alimentação balanceada, são algumas das escolhas mais saudáveis.

No âmbito profissional, é possível utilizar o tempo e o conforto de casa, para quem trabalha como "Home Office", para atuar de forma mais integrada com os colegas de trabalho, além de interagir, mesmo que à distância, com os vizinhos e focar em práticas solidárias. Dessa forma, é possível colocarmos em prática o real sentido de aprender e sobreviver às adversidades com respeito e amor ao próximo.